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quarta-feira, maio 03, 2006

Tecnologia da Nação vs Nação da Tecnologia

Parece que o sistema de voto electrónico na assembleia da república ainda não está pronto. O nosso amigo Jaime Gama continua a contar os deputados presentes, os que se levantam, os que não se levantam.
O "shock" tecnológico (anafilático parece mais apropriado) do nosso "amigo" Sócrates é mesmo bom. Pelo menos temos uma inovação: os deputados passam a ter faltas e a ter que justificá-las. Muito à frente, diria eu. Conheço profissões em que 3 faltas injustificadas podem representar despedimento. Desde o 5º ano da escola secundária que tenho tido faltas e presenças nas aulas. Será que as capacidades dos nosso "pobres" deputados não excedem aquelas dos alunos do 5º ano da escolaridade obrigatória? Ora essa, claro que sim. Ahh, pensando melhor...
Por falar em choque tecnológico... Para o nosso referido "amigo" parece ser importante a expansão da banda larga. O que é certo é que o isp mais ligado ao estado continua com os preços mais elevados e práticas anti-concorrência no mínimo duvidosas (não deixa de estar muito longe dos outros isp's, chama-se qualidade de serviços no país onde este são os mais caros da europa). Quando apenas uma minoria dos lares possui computador, isso é assim tão importante? Caro Sócrates, aqui vão umas sugestões:

1º - fazer chegar electricidade, água canalizada e saneamento básico a todos os lares portugueses (sim, muitos lares não têem... mais do que aqueles que imaginam)
2º - proporcionar lares a famílias que de facto não os têem !
3º - melhorar a segurança social, apoios socias a famílias carenciadas... e penso que a minha linha de pensamento se torna óbvia

Alguém muito sábio disse uma vez algo deste género: de barriga vazia ninguém sonha com estrelas. Portugal tem uma taxa de analfabetismo preocupante. E não do analfabetismo puro, de quem não sabe ler, mas sim daquele em que falha a compreensão do texto. E o tecto não é construído antes de haverem paredes. O cerne está na educação. Desenvolvimento social, cultural e económico. E aí sim, haverá dinheiro e vontade nas famílias para computadores, e palco para a banda larga.

Dir-me-ão que se quiséssemos a resolução dos vários problemas socias existentes, nunca se teria gasto todo aquele dinheiro, para, p.e., construir estádios de futebol, mas sim emprege esse mesmo dinheiro em actividades mais úteis... O que é facto é que o dinheiro só vai para lugares onde possa gerar ainda mais dinheiro, num interminável ciclo capitalista. O Homem é secundário. Lembro-vos apenas que o dinheiro gasto em pesquisa de novos perfumes/alta costura/e todas as coisas superficias que possam imaginar superará certamente aquele investido em pesquisa médica em várias áreas. Mas pobres doentes não dão dinheiro.

Think globally, act locally.