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terça-feira, outubro 07, 2003

O Síndrome Chuck Norris

Venho agora falar-vos do chamado Síndroma Chuck Norris.
Porquê esta denominação tão peculiar? Não porque este “actor” tenha feito a descoberta desta nova patologia ou proporcionado alguma espécie de avanço cientifico em Neuroanatomia, mas sim por ser, talvez, o expoente máximo desta, tantas vezes ignorada, patologia.
Muitas pessoas sofrem desta doença, havendo provavelmente uma disposição genética que influencia o desenvolvimento neurológico normal. Neste tipo de pacientes, curiosamente, verifica-se a ocorrência simultânea, mas não necessariamente causal (pelo menos tal ainda não foi provado), de factores de concordância, como seja, uma boa forma física, beleza e, de uma maneira geral, elevada comestibilidade (isto no sexo feminino, uma vez que, no sexo masculino nada investiguei{deixarei essa parte da pesquisa para aqueles que neste momento, muito provavelmente, estarão a pensar no Ricky Martin e afins}).
Mas quais são, afinal, os sintomas? Estes pacientes, devido a uma provável deficiência altamente localizada e específica de neurotransmissores nomeadamente a acetilcolina e noraepinefrina, vêem dificultada a normal movimentação dos vários músculos responsáveis pela expressão facial, como por exemplo o orbicular do olho (tanto a parte orbital como a palpebral), o zigomático maior e menor, o mentoniano, mas muitos outros poderiam também ser citados. O que, aliás, vou fazer: músculo epicranial (parte frontal), corrugador dos supercílios, elevador do lábio superior, prócero, nasal (parte alar e transversa), auricular anterior, elevador do ângulo da boca, depressor do septo nasal, risório, bucinador, orbicular da boca, depressor do ângulo da boca, depressor do lábio inferior e o platisma.
Tudo isto leva a uma certa dificuldade em exprimir emoções, especialmente quando elas são forçadas, como por exemplo num actor. Assim, quer estas pessoas estejam a representar o seu casamento, uma boa pinocada, uma perseguição automóvel, uma luta renhida com 20 elementos hostis, ou até simplesmente estar com os amigos, a expressão facial é sempre exactamente a mesma, assim como o tom de voz e atitude (problemas com os ligamentos vocais e o hipotálamo parecem estar também envolvidos). Ora, daqui se conclui porque é que Chuck Norris é um actor de merda.
Infelizmente muitos outros profissionais do mesmo ramo sofrem deste síndroma. Veja-se o caso de Steven Seagal (num dos seus magníficos filmes ele mata, ao mesmo tempo, 3 indivíduos de Uzi’s na mão apontadas para ele com um cartão de crédito [aquele gajo é, sem dúvida, sensacional!], com a mesma expressão facial, voz e atitude com que, noutro filme, falava com a sua filha, dizendo que a iria curar da sua terrível doença [neste filme ele era um médico! - Isto sim é stand-up comedy!]), Sandra Bullock (basta citar o exemplo de “Miss Detective”, se bem que neste caso ela esteve acompanhada por enredo à altura [um lixo, no mau sentido {o lixo no bom sentido é aquele que pode ser reciclado, e portanto não prejudica o ambiente, seus pacóvios}], mas que acabam por se fundir num todo coeso [a merda seca é bastante coesa], ou seja, a pior maneira de se desperdiçar uma hora e meia), Angelina Jolie (aqui nem tudo está perdido, até se ganha [em volume e área]), Keanu Reeves (os filmes eram bons, mas ele... Talvez ele seja mesmo uma máquina, se bem que até a minha máquina de calcular científica faça um melhor trabalho em termos de interpretação artística que ele). Poderão dizer-me que a personagem o exige, essa frieza, mas não, eles são mesmo maus.
E qual a terapêutica a seguir no tratamento desta patologia? Não, não é a enrabadela “from dusk till dawn” (eu já vi filmes muito maus, mas esse - não vi) (Se bem que esse tipo de tratamento, no caso de pessoas do sexo feminino que reunissem os factores de concordância acima referidos, pudesse ser ministrado pessoalmente pelo próprio médico). O que é facto é que ainda não existe qualquer espécie de terapia, a não ser dar a esses mesmos actores e actrizes mais e mais filmes, cada vez mais caros e publicitados. Facilmente se depreende que se trata do mesmo princípio da fisioterapia, um músculo atrofiado se for continuamente treinado e estimulado pode lentamente vir a recuperar-se. Esperemos uma rápida melhoria.